domingo, 25 de novembro de 2012

ESCOLA : ESPAÇO PARA O PENSAR


 




O ensino enfrenta grandes desafios nos tempos de hoje. Um deles
 é formar cidadãos capazes de pensar, criar conhecimento e não 
serem meros receptores de conhecimento já criados anteriormente. 
Essa dificuldade pode ser vencida se algumas estratégias forem 
adotadas durante os anos que o aluno passa na escola.
Introduzir o método filosófico no jeito de ensinar e aprender pode 
ser um caminho. As escolas, em sua maioria, caracterizam-se por 
trazer o professor como emissor/reprodutor de conhecimento e o 
aluno como receptor, caracterizando uma falha do sistema ensino/aprendizagem. Quando o aluno, desde o ingresso na
escola, não é incentivado a produzir, buscar, criar e questionar 
acaba por aceitar e repetir o que o professor apresenta, sem ser 
capaz de argumentar,apenas reproduzir.
Em tempos de Google, essa tarefa pode ser ainda mais difícil se 
não for bem desenvolvida. Em vez de ter a capacidade de seleção 
de conteúdo, assume como verdadeiro o primeiro resultado de 
uma pesquisa. Criar a habilidade de investigação é um passo a 
ser seguido para uma educação pensante. Essa habilidade
se constitui pela capacidade de adivinhação (rapidez de raciocínio, 
 relação de ideias, predizer, interpretar), observação (curiosidade, 
percepção, busca pelo saber), suposição (o que incentiva a busca 
por respostas), busca de alternativas, de averiguação (indagar até 
descobrir, pesquisar), imaginação, seleção de possibilidades 
(distinção entre provável e possível) e formulação de hipóteses. 
Outro passo 
é a criação da habilidade de raciocínio. Essa habilidade
é composta pela busca de razões (pela imparcialidade, objetividade, 
 respeito pelas pessoas, busca de razões posteriores), pelo 
estabelecimento de critérios,as inferências, o raciocínio analógico 
(fazer analogias para a compreensão), relacionar parte-todo e fins
 e meios (contextualização). Conceituação e análise
são outras habilidades que ajudam no processo de educação. Dessa 
 forma, o aluno consegue conceituar de forma precisa, comparar, 
classificar e seriar.
O professor assume papel de mediador do conhecimento, ajudando 
a construir. Nesse processo, o professor não se anula, pelo contrário, 
 além de proporcionar meios de uma educação mais contemplativa, 
também cria e desenvolve seu conhecimento. No entanto, o educador
 precisa ter conhecimento sobre o método filosófico,para desenvolver 
com qualidade e eficiência esse trabalho. Mais do que inserir a 
filosofia como uma área a mais de ensino, com um período semanal, 
por exemplo, o resultado será melhor se o método for multidisciplinar 
e desde as séries iniciais até os níveis mais avançados da formação.
Só existirão cidadãos pensantes se a educação proporcionar essa 
atitude de pensar. A qualidade da educação é proporcional ao 
ensino que promove. Eis umdesafio para escolas e professores: 
educar para o pensamento.
 

Cláudia Simões Brum
(Correio do Povo)
ANO 117 Nº 349 - PORTO ALEGRE, QUINTA-FEIRA, 13 DE SETEMBRO DE 2012

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